sexta-feira, 30 de outubro de 2009

IBERÊ CAMARGO

Um dos grandes nomes do século XX, Iberê é dono de uma vasta obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras.
Seu trabalho é reconhecido por seus carretéis, ciclistas e idiotas.

"São simples os signos de Iberê. O artista se concentra num grupo básico. É com este discurso econômico que a obra constrói a sua eloquência. Carretel: Memória com operação de passagem do símbolo ao signo. Brinquedo de infância, módulo, taça, falo. Ritmo equilíbrio, ordem.
Máquina do tempo no desenrolar da extensão da linha iaginária. Cruz: Assinalação de lugar.
Encontro (não com o drama da paixão) entre o vertical e o horizontal. Melévitch e Mondrian.
Cubo: Dados sem números: sorte cega, ação precisa: matéria em volume. Dado: Como evitar Mallarmé? Uma pincelada, um golpe de tinta jamais abolirá o acaso...Mão: Quase um alerta, concitando ao olhar. Hora X (1984) e outras horas como estações de um drama. Seta: Caminhos do pincel, pegadas em tinta, direções do olhar. Dinâmica: espaço/tempo: Movimento. Aintimobilidade. Sousândrade. "Lá era aqui!." (Paulo Herkenhoff)


Iberê dizia que gostava de viver o dia a dia e que tentava refletir isso em suas obras. Podemos observar essa afirmação em diferentes fases de seu trabalho, como o figurativismo em que trabalha com a paisagem, a figura humana. Depois o não-figurativismo, do qual seria um dos principais representantes no Brasil. E em anos posteriores a explosão de cores a partir de fundos negros.

"Minha gravura e minha pintura sempre caminharam de forma paralela. Nem podia ser desligada. Porque eu sempre pinto o agora. Mas como não sou um saco vazio, esse agora tem muita coisa dentro, que vem à tona, que participa do hoje. Quando eu pinto o agora, estou pintando o ontem e já abrindo espaço para o futuro. É por isso que eu digo que ninguém pode caminhar sem colocar um passo na frente e outro atrás. Esse negócio de caminhar pulando não dá. Por isso que esse desejo de ruptura com as coisas é como querer tirar uma perna. Vai caminhar pulando com um sapo". (Iberê Camargo)
















Na década de 80, após o artista se envolver em um drámatico episódio, sua arte retorna ao figurativismo. A partir de então, pinta figuras humanas esquálidas, trágicas, repletas de infinita solidão e atinge a plenitude de sua arte, tornando-se uma das expressões mais veementes da pintura brasileira.














" Só a imaginação pode ir mais longe no mundo do conhecimento. Os poetas e os artistas intuem a verdade. Não pinto o que vejo, mas o que sinto".
(Iberê Camargo)





O artista morre em Porto Alegre em 1994, aos 79 anos, mas deixa para sua esposa, Sr (a) Maria Coussirat Camargo, um acervo de mais de sete mil obras.

Em 1995, Maria inaugura a fundação Iberê Camargo, que objetiva conservar, catalogar e promover as obras de Camargo.








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