quarta-feira, 14 de outubro de 2009

As 100 Melhores Músicas Brasileiras de Todos os Tempos

A revista Rolling Stones lançará em outubro uma edição especial de aniversário com as 100 melhores músicas brasileiras de todos os tempos. Para a escolha foi relevante a expressão popular e identificação com o páis.

Em segundo lugar foi eleita a música Águas de Março de Elis Regina e Tom Jobim, em terçeiro Carinhoso de Pixinguinha, depois Asa Branca de Luiz Gonzaga e em quinto Mais que Nada de Jorge Ben.

E em primeiro lugar a música Contrução de Chico Buarque. Composta em 1971, o país vivia o chamado "Milagre Brasileiro" da ditadura militar. Após ser tricampeão mundial de futebol, o otimismo tomou conta da população brasileira, que ocultava o ambiente repressor da ditadura.

Depois de um tempo exilado da Itália, Chico voltou e escreveu esses versos:


"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um naufrágo
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio naufrágo
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado"





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